terça-feira, 20 de maio de 2008

CAFONA JURÍDICO

Se você está pensando em utilizar as artes da conquista, mas não dispõe de palavras idõneas, veja este poema inusitado de um advogado utilizando o juridiquês. Poderá ocorrer um dos dois extremos: ou o receptor desta "cantada" ficará estupefacto, ou lhe mandará para o inferno...

Quando você vai embora
Leva meu coração em apenso
Se quero te ver e você incorre em mora
Torno-me interdito e em nada penso

Malgrado a inconstitucionalidade deste sofrimento
E você ter indeferido o recurso a meu favor
Nada consegue derrogar meu sentimento
Sou pródigo por esbanjar-te o meu amor

A doutrina diverge no concernente ao que sinto
E não se explica nem com os métodos de exegese da jurisprudência
Por você sou réu confesso e não minto
O meu amor não tem prescrição ou decadência

Sem você meu coração é insolvente
Outrossim, a minha personalidade jurídica é desconsiderada
Sou alguém cuja ilicitude não encontra excludente
Tento descobrir onde você é residente e domiciliada

Você me dispensa por causas injustas
Até parece que eu sofri as consequências de uma evicção
Isso é pior que pagar quaisquer emolumentos e custas
Ao ônus desta sucumbência não cabe apelação

Você é uma pessoa infungível
O que está averbado nos autos é prova cabal
Esta sentença somente será exequível
Quando você concordar com este pacto antenupcial.

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