terça-feira, 20 de maio de 2008

CAFONA JURÍDICO

Se você está pensando em utilizar as artes da conquista, mas não dispõe de palavras idõneas, veja este poema inusitado de um advogado utilizando o juridiquês. Poderá ocorrer um dos dois extremos: ou o receptor desta "cantada" ficará estupefacto, ou lhe mandará para o inferno...

Quando você vai embora
Leva meu coração em apenso
Se quero te ver e você incorre em mora
Torno-me interdito e em nada penso

Malgrado a inconstitucionalidade deste sofrimento
E você ter indeferido o recurso a meu favor
Nada consegue derrogar meu sentimento
Sou pródigo por esbanjar-te o meu amor

A doutrina diverge no concernente ao que sinto
E não se explica nem com os métodos de exegese da jurisprudência
Por você sou réu confesso e não minto
O meu amor não tem prescrição ou decadência

Sem você meu coração é insolvente
Outrossim, a minha personalidade jurídica é desconsiderada
Sou alguém cuja ilicitude não encontra excludente
Tento descobrir onde você é residente e domiciliada

Você me dispensa por causas injustas
Até parece que eu sofri as consequências de uma evicção
Isso é pior que pagar quaisquer emolumentos e custas
Ao ônus desta sucumbência não cabe apelação

Você é uma pessoa infungível
O que está averbado nos autos é prova cabal
Esta sentença somente será exequível
Quando você concordar com este pacto antenupcial.

terça-feira, 13 de maio de 2008

EDITORIAL

Buscamos, através deste artigo, prestar esclarecimentos acerca de nossa tertúlia que é cognominada "Supremo Tribunal do Fundão".
Lamentavelmente, consolidou-se uma falsa concepção de que todos os alunos que sentam no "fundão" de uma sala de aula são pessoas subversivas e sem qulquer compromisso com o futuro. Entretanto, nós tentamos mostrar o perigo dessa generalização, que pode conduzir a conclusões falaciosas.
Sentamos no fundão, sim, e por opção. Isto não quer dizer que somos subversivos ou irresponsáveis. Nosso grupo é composto por pessoas simples, que lutam e almejam o melhor resultado para servir de exemplo aos nossos filhos. Caso persista alguma dúvida, comparem as nossas notas, observem a forma como participamos das aulas, fazendo comentários percucientes, defendendo nosso ponto de vista, evitando questionamentos inúteis e despiciendos.
Reconhecemos nossos erros, alguns excessos. Entrementes, procuramos corrigir nossas falhas, pois todo ser humano é suscetível de erro, e seria um descalabro se não procurássemos rever nossas atitudes.
Para quem diz que o Supremo se mantém às expensas de "colas" e "pescas" de somente um de seus integrantes, um aviso: às vezes os melhores e mais experientes pescadores estão bem mais próximos da "lagoa" e não são percebidos pelo vigilante. Alguns deles poderiam até optar pela aposentadoria por idade ou tempo de serviço.
Através desse colóquio, suscitamos tal discussão com vistas a relear a participação do humilde corpo discente do "Supremo Tribunal do Fundão" para a construção de um mundo mais equânime e justo por meio da probidade - que nos é peculiar - no trato com os assuntos jurídicos e em nossa relação privada pautada na verdade, sinceridade e AMIZADE, afinal, somos apenas um grupo de latino-americanos, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindos do interior!!
In fine, se palavras de falso moralismo, cabelos brancos ou barba fossem tão importantes, Cuba seria uma potência mundial, e a seleção comandada por Zagallo em 98 teria sido campeã.

P.S.:
Palavras que não se seguem de ações são somente palavras. Amanhã poderemos não mudar o mundo, mas o mundo ao nosso redor será muito mais justo!

Aldênio Marinho
Fábio Desidério Ribeiro
Ivan Sampaio
José Marques Neto
Otoniel d'Oliveira
Thiago Auster


domingo, 11 de maio de 2008